Treinamentos e parcerias são o foco da nova gestão da ALMACO

Treinamentos e parcerias são o foco da nova gestão da ALMACO

Desde janeiro, Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos é presidida pela publicitária e jornalista Erika Bernardino Aprá

O primeiro semestre de 2019 foi bastante movimentado para a Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO). Presidida desde janeiro por uma executiva independente, a publicitária e jornalista Erika Bernardino Aprá, a ALMACO tem desenvolvido uma série de ações para fortalecer o segmento e prepará-lo para a tão esperada retomada econômica.
A disseminação do conhecimento acerca do material – um tipo de plástico de alta performance – é a base da estratégia da nova administração da ALMACO. Para tanto, a associação promoveu dez cursos nos primeiros seis meses do ano, todos apoiados pela estrutura laboratorial do Centro Tecnológico de Compósitos (CETECOM), organismo que a ALMACO mantém em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
“São treinamentos tanto para iniciantes na nossa indústria, que desejam conhecer os processos mais simples, como para profissionais experientes e que buscam ter contato com as tecnologias de ponta”, explica a presidente da ALMACO.
A propósito do IPT, todos os associados ALMACO passaram a contar este ano com descontos em ensaios e testes contratados no instituto.
Em paralelo, a entidade realizou duas edições dos Encontros Regionais nas cidades de São José dos Campos (SP) e em Caxias do Sul (RS). “Com isso, não limitamos às ações da associação à capital paulista e permitimos que mais pessoas tenham acesso aos conteúdos que disponibilizamos”.
Foi fora de São Paulo também que a ALMACO – mais precisamente, o seu Comitê de Tubulações – organizou um evento que obteve grande repercussão. Intitulado “Tubulações em PRFV: novas aplicações e tendências”, o encontro realizado na sede do departamento de engenharia da Petrobras, no Rio de Janeiro (RJ), foi marcado por forte interação com um público de perfil extremamente técnico.
“Valeu muito a pena, pois conseguimos dirimir algumas dúvidas dos engenheiros da Petrobras e discutir eventuais oportunidades de negócios para os nossos associados”, observa Erika.
Outra aproximação importante se deu com a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos (ABENDI). No CETECOM e sob a orientação de técnicos da ALMACO, a ABENDI produziu corpos-de-prova de pás eólicas e simulou, em escala laboratorial, falhas nos laminados produzidos. O trabalho foi o pontapé inicial do curso de reparos em pás eólicas que a ALMACO lançará nos próximos meses.

Comitês, Guia de Pultrusão e Top of Mind
Para o segundo semestre, além da divulgação de mais um levantamento sobre o mercado de compósitos – pesquisa elaborada pela Maxiquim –, a ALMACO concentrará parte de seus esforços nas atividades de dois novos comitês: o de telhas e o de postes. “Em ambos, nos dedicaremos à elaboração de normas técnicas e planos de comunicação para popularizar essas aplicações”.

Os cursos, por sua vez, seguirão a toda. No CETECOM, estão programados mais dez treinamentos até o final do ano e, em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/USP), a ALMACO promoverá duas aulas práticas sobre processamento de compósitos. O escopo será o mesmo no treinamento dos alunos de engenharia do Centro Universitário FEI, atividade agendada para o final de setembro.
“Em 2020, teremos a primeira pós-graduação em materiais compósitos e polímeros do estado de São Paulo”, salienta Erika. Mais um fruto da parceria entre ALMACO e IPT, o curso será direcionado a profissionais das áreas de engenharia, arquitetura, design e administração, além de pessoas interessadas em aprofundar seus conhecimentos na área.
Já em termos de publicações, o destaque ficará por conta do lançamento, em meados de outubro, do Guia de Compras e Inspeção de Perfis Pultrudados. Digital e disponível para download gratuito, o material inédito reunirá as principais recomendações para os usuários de perfis fabricados pelo processo de pultrusão – as aplicações mais comuns são grades de piso, guarda-corpos, leitos para cabos e escadas.
“Também teremos em dezembro a décima edição do Top of Mind da Indústria de Compósitos, a principal premiação do setor”. Este ano serão premiadas 26 categorias, entre fornecedores de matérias-primas, distribuidores e processos de fabricação.

Mercado em expansão

Em 2019, o setor brasileiro de compósitos deve emplacar o terceiro ano consecutivo de crescimento, com um faturamento estimado de R$ 2,797 bilhões, alta de 5,5% em comparação ao resultado do período anterior.
“Notamos uma tendência de elevação na maioria dos segmentos consumidores do material, com destaque para a indústria automotiva, representada pelas montadoras de veículos pesados e agrícolas, e de energia, na qual ocorre uma intensa substituição da madeira e concreto usados em cruzetas e postes pelos compósitos, devido ao seu baixo peso e resistência à corrosão”, resume Erika.
Em contrapartida, o mercado de construção segue andando de lado, muito em função da dificuldade de obtenção de crédito imobiliário. “Já os investimentos em infraestrutura dependem de projetos governamentais, que permanecem escassos. Isso impacta diretamente nas vendas, por exemplo, de tubulações de compósitos”.
Com uma fatia de 35% do consumo local de compósitos de poliéster, a construção civil aparece à frente de transporte (30%), corrosão/saneamento (19%) e náutico (3%), entre outros. Já a geração de energia eólica responde por 90% da demanda por compósitos de epóxi. O setor de petróleo fica em segundo lugar, com 5%.
De acordo com o levantamento da Maxiquim, em 2019 serão consumidas 210 mil toneladas de compósitos, volume 4,5% superior ao anotado em 2018. A geração de emprego, por sua vez, deve crescer 3,7%, totalizando 65 mil vagas.
“Caso se confirmem essas previsões, será o nosso terceiro ano seguido de balanço positivo. Então, em dezembro, poderemos dizer que, enfim, a curva de crescimento se inverteu definitivamente. Agora, cabe ao governo colaborar com a indústria e fazer as reformas necessárias para que o Brasil volte a ser um ambiente favorável aos investimentos privados”, conclui a presidente da ALMACO.

Sobre a ALMACO
Fundada em 1981, a ALMACO tem como missão representar, promover e fortalecer o desenvolvimento sustentável do mercado de compósitos. Com administração central no Brasil e sedes regionais no Chile, Argentina e Colômbia, a ALMACO tem cerca de 400 associados (empresas, entidades e estudantes) e mantém, em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Tecnologia em Compósitos (CETECOM), o maior do gênero na América Latina.
Resultantes da combinação entre polímeros e reforços – por exemplo, fibras de vidro –, os compósitos são conhecidos pelos elevados índices de resistência mecânica e química, associados à liberdade de design. Há mais de 50 mil aplicações catalogadas em todo o mundo, de caixas d’água, tubos e pás eólicas a peças de barcos, ônibus, trens e aviões. Para mais informações, acesse www.almaco.org.br.

Fonte: SLEA Comunicação