Mineração tem cenário favorável de negócios, diz estudo
O ESG, a descarbonização e a licença para operar estão entre as principais preocupações das mineradoras brasileiras. É o que mostra a edição 2022 do estudo “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil”, lançado na quarta-feira (25) pela EY em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Produzido no Brasil, o estudo é uma adaptação do material global desenvolvido anualmente a partir de informações coletadas em março com executivos das dez principais mineradoras atuantes no país.
As informações mostram que o ESG se tornou mais presente na agenda das empresas com o avanço da pandemia e que a indústria de mineração incrementou a presença da sigla em seu core business.
Repetindo o cenário do ano anterior, as oportunidades seguem superando os riscos previstos para o setor em 2022, que, no ano passado, faturou R$ 339 bilhões – equivalente a um crescimento de 62% em relação a 2020, impulsionado pelo aumento dos preços das commodities no mercado global e de 7% no volume de minério produzido.
Entre os executivos consultados, a opinião mais comum é a de que o setor precisa se esforçar mais em prol de melhorias de imagem ou reputação e na forma como vem se comunicando.
A percepção é que ainda há muita resistência e desconhecimento de grande parte da população – principalmente comunidades locais onde as mineradoras operam – sobre o que a atividade representa para o país, como funciona a gestão dos impactos ambientais e que tipo de benefícios ela traz para a sociedade.
“O desafio ambiental tornou-se mais evidente nos últimos anos, gerando uma postura mais rígida das mineradoras, que ainda têm muito trabalho a fazer em termos de descomissionamento de barragens alteadas a montante, além de profundas mudanças no campo regulatório relativo a essa gestão e operação”, diz o sócio-líder de Mineração e Metais da EY na América do Sul, Afonso Sartorio.
Os executivos do setor também apontaram os principais temas que precisam estar presentes na pauta de discussões com o governo, incluindo o impacto da carga tributária sobre a indústria da mineração (55%), a atração de investimentos estrangeiros (30%), a precificação do carbono (30%) e a mudança nas leis para acelerar a concessão de licenças (25%).
Fonte: EY