Etanol absorve 89% da cana-de-açúcar disponível às usinas

Etanol absorve 89% da cana-de-açúcar disponível às usinas

A moagem de cana do Centro-Sul do Brasil somou 1,18 milhão de toneladas na segunda quinzena de março
À medida que usinas se preparavam para a nova temporada 2022/23, o Centro-Sul retomou a produção de açúcar na segunda parte de março após seis quinzenas consecutivas sem registro da fabricação do adoçante, a série mais longa em uma entressafra em dez anos, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) divulgados nesta terça-feira.

Mas o volume produzido de açúcar na segunda quinzena de março ainda foi irrisório, de pouco mais de 10 mil toneladas, uma vez que a moagem está baixa, com usinas aguardando um maior desenvolvimento dos canaviais para um processamento mais produtivo, após problemas climáticos ao longo de 2021.
Além disso, a maior parte dos volumes de cana processada ainda foi destinada à fabricação do etanol, que respondeu por 89% da destinação da matéria-prima, enquanto o açúcar absorveu 11%.

A moagem de cana do Centro-Sul do Brasil somou 1,18 milhão de toneladas na segunda quinzena de março, queda de 76,35% na comparação anual, ainda com poucas usinas operando antes do início oficial da nova safra, em 1º de abril.

“O menor número de unidades na segunda quinzena de março e na primeira de abril é consequência dos eventos adversos da safra 2021/2022, que têm levado as unidades à atrasarem o início da colheita com a expectativa da melhora da produtividade agrícola e qualidade da matéria-prima”, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

O diretor havia previsto em entrevista à Reuters em março que o número de unidades em operação seria pequeno, também pelo fato de o setor contar com estoques de açúcar e etanol.
Com menos unidades em operação ante o mesmo período do ano passado, a produção do biocombustível somou 213 milhões de litros na segunda quinzena de março, queda de 43,11%, segundo a Unica.

Fonte: TN Petróleo