Setor de compósitos cresceu 5,6% em 2019
São Paulo, SP – Em 2019, o setor brasileiro de compósitos – um tipo de plástico de engenharia – emplacou o terceiro ano seguido de crescimento, com um faturamento de R$ 2,8 bilhões, cifra 5,6% maior do que a registrada no período anterior. Em volume, o salto foi de 8,3%, totalizando 218 mil toneladas consumidas. Os dados fazem parte do mais recente estudo da Maxiquim, consultoria contratada pela Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO).
“Os segmentos de transporte e elétrico foram os principais responsáveis por esse bom desempenho. Destaque também para o aumento da demanda do mercado náutico, ainda que represente pouco em termos de volume. A indústria da construção civil, por sua vez, teve uma importância menor em 2019, muito embora siga liderando o ranking dos principais consumidores locais de compósitos”, resume Erika Bernardino Aprá, presidente da ALMACO.
De acordo com o levantamento da Maxiquim, a construção civil respondeu por 32% do consumo brasileiro de compósitos de poliéster, à frente de transportes (27%), corrosão/saneamento (22%), energia elétrica (4%), eólico (4%) e náutico (2%). Quando separada apenas a demanda de compósitos à base de resina epóxi, a geração de energia eólica liderou com 89%, à frente de óleo e gás (6%) e eletroeletrônicos (2%).
Das 218 mil toneladas de matérias-primas processadas no ano passado, o levantamento apontou para a seguinte divisão: resina poliéster (114 mil), fibra de vidro (60 mil), resina epóxi (21 mil), gelcoat (12,5 mil), resina éster-vinílica (2,3 mil), adesivo estrutural (2,2 mil), fibra de carbono (2,6 mil) e outros (4 mil), como catalisadores, aditivos e cargas minerais.
Em relação aos processos de fabricação adotados pelos transformadores brasileiros de compósitos, as tecnologias manuais, como hand lay-up e spray-up, apareceram com 52% de participação, seguidas pelos sistemas automatizados, a exemplo de RTM (8%), pultrusão (7%), enrolamento filamentar (6%), laminação contínua (5%), BMC/SMC (5%), infusão (4%) e outros (12%).
Pandemia
A pesquisa
feita pela Maxiquim foi concluída nos primeiros dias da pandemia de Covid-19.
Portanto, os dados sobre as expectativas para 2020 tiveram que ser
desconsiderados, observa a presidente da ALMACO. “Ninguém sabe ao certo o
tamanho dos danos que a paralisação causará na economia como um todo. Estamos
aguardando maiores desdobramentos para refazer o estudo e divulgar novas
perspectivas sobre o mercado de compósitos”.
Sobre a ALMACO
Fundada em 1981, a ALMACO tem como missão representar, promover e fortalecer o desenvolvimento sustentável do mercado de compósitos. Com administração central no Brasil e sedes regionais no Chile, Argentina e Colômbia, a ALMACO tem cerca de 400 associados (empresas, entidades e estudantes) e mantém, em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Tecnologia em Compósitos (CETECOM), o maior do gênero na América Latina.
Resultantes da combinação entre
polímeros e reforços – por exemplo, fibras de vidro –, os compósitos são
conhecidos pelos elevados índices de resistência mecânica e química, associados
à liberdade de design. Há mais de 50 mil aplicações catalogadas em todo o
mundo, de caixas d’água, tubos e pás eólicas a peças de barcos, ônibus, trens e
aviões.
Para mais informações, acesse www.almaco.org.br.