Indústria de compósitos registra retração no 1S25
Em 2024, a indústria brasileira de materiais compósitos faturou R$ 3,181 bilhões, alta de 4,7% em relação ao ano anterior. O consumo de matérias-primas também avançou, com crescimento de 2,84% e total de 217 mil toneladas. Os dados são da Maxquim, consultoria contratada pela ALMACO.
Já no primeiro semestre de 2025, o cenário foi menos favorável. O valor da produção somou R$ 1,532 bilhão, resultado de dois trimestres consecutivos de queda: 8,8% no 1T25 frente ao 4T24 e 5,7% no 2T25 em comparação com os primeiros três meses do ano. Ao todo, foram processadas 108,5 mil toneladas de resinas, fibras e demais insumos.
Para Erika Bernardino Aprá, presidente da ALMACO, os resultados refletem um momento de cautela para o setor. “O primeiro semestre mostrou retração significativa. Apesar de esperarmos uma recuperação parcial até o final do ano, o fechamento de 2025 deve ficar abaixo de 2024. Isso demonstra a resiliência do setor diante da crescente competição externa e da desaceleração da demanda, mas também reforça a necessidade de inovação e de maior integração da cadeia para enfrentarmos esse cenário desafiador”, avalia.
Na divisão por segmentos de mercado, a construção civil manteve-se como principal destino dos compósitos de resina poliéster, respondendo por 33,3% do total processado no semestre. Logo atrás apareceram transporte, com 21,2%, e transmissão de energia, responsável por 14,4% do consumo.
Saneamento e aplicações industriais representaram 11,9%, enquanto piscinas ficaram com 8,5%. O setor náutico teve participação de 3,6%, e os demais mercados, como aeroespacial, vestuário e eletrônico, somaram 7%.
Já na análise por processos produtivos, a laminação manual permaneceu predominante, respondendo por praticamente metade de todo o volume (49,8%). Enrolamento filamentar veio em seguida, com 12,9%, acompanhado por pultrusão (8,3%) e RTM (7,3%). Laminação contínua representou 5,3%, enquanto BMC/SMC e infusão responderam por 3,3% e 1,9%, respectivamente.
Fonte: ALMACO