Consumo de compósitos cresceu 17,8% em 2021
Em 2021, o consumo brasileiro de compósitos saltou 17,8%, totalizando 245 mil toneladas. O faturamento foi de R$ 3,960 bilhões, 36% acima do registrado em 2020.
O descompasso entre as taxas de crescimento de consumo e receita se deve aos sucessivos aumentos nos preços das matérias-primas ao longo de 2021, movimento causado principalmente pelas subidas das cotações do petróleo, energia e frete internacional.
“Diferente de 2020, em que ficamos cerca de três meses parados por causa da pandemia, boa parte do setor rodou quase que a pleno em 2021. Construção civil, agroindústria, que também reflete na demanda do mercado de transportes, e geração de energia eólica foram os principais responsáveis por esse resultado positivo”, analisa Erika Bernardino Aprá, presidente da ALMACO.
Apesar do bom desempenho, Erika ressalta que as empresas especializadas na manufatura de peças de compósitos foram bastante impactadas pelas constantes elevações nos preços das resinas termofixas e fibras de vidro – este último insumo, aliás, esteve escasso em alguns momentos durante o ano passado.
“Por mais que seja uma questão global, uma vez que o Brasil não é formador de preços nessa área, e as cotações dos materiais concorrentes tenham subido também, acompanhamos com preocupação esse movimento, que pode, se persistir em 2022, enfraquecer a competitividade da nossa indústria”, afirma.
De acordo com o levantamento da ALMACO, a construção civil respondeu por 36,6% do consumo brasileiro de compósitos de poliéster em 2021, à frente de transportes (19,5%), corrosão/saneamento (16,6%), lazer/piscinas (11,7%), energia eólica (5,9%), energia elétrica (3,9%), náutico (2%) e vestuário (1%). Quando separada apenas a demanda de compósitos à base de resina epóxi, a geração de energia eólica liderou com 92,6%, à frente de óleo e gás (3,3%) e eletroeletrônicos (2,4%).
Para 2022, a expectativa da ALMACO é de crescimento de 3% no consumo, totalizando 252 mil toneladas de compósitos – em valor, R$ 4,672 bilhões (+18%).
“No Brasil, o mercado da construção é o que reúne as maiores chances de impulsionar a demanda por compósitos, seja por meio de aplicações tradicionais ou novas. Em paralelo, a geração de energia eólica continuará bastante aquecida, enquanto já notamos a recuperação do segmento de ônibus, principalmente os rodoviários, com a retomada do turismo pós-pandemia”, completa a presidente da ALMACO.
Fonte: SLEA Comunicação