Indústria 4.0 reage melhor à crise pós-pandemia

Indústria 4.0 reage melhor à crise pós-pandemia

Enquanto milhares de empresas não suportaram a crise gerada pela pandemia, a Márcio May Sports, especializada na produção de roupas para ciclistas, triplicou o número de empregados e aumentou a capacidade de produção em seis vezes.

Tudo só foi possível graças ao investimento de R$ 400 mil na compra de uma de uma solução integrada de software e hardware para automação do corte de tecidos, por meio de um empréstimo do Inovacred 4.0, uma linha da Finep com prazos dilatados e juros reduzidos para estimular a inovação.

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que empresas com tecnologias 4.0 reagiram melhor à crise.

Apesar de ser encarado por muitos executivos como custo ou um item de baixa prioridade, a pesquisa revelou que o investimento na indústria 4.0 é revertido em lucratividade, melhores perspectivas e maior capacidade de adaptação do negócio em um cenário adverso.

Entre as empresas que têm até três tecnologias integradas aos processos, 54% já registravam, em novembro, um lucro igual ou maior que o do período pré-pandemia. A falta de recursos foi apontada como o maior obstáculo para a inovação ou incorporação de tecnologias para 35% dos executivos.

Esse não foi um problema para Márcio May. Ele recorreu ao financiamento da Finep focado em apoiar as empresas que querem implementar tecnologias da indústria 4.0 e conseguiu dar um salto de produtividade.

“Com a pandemia, as pessoas passaram a andar mais de bicicleta. Assim que percebemos o aumento da demanda optamos por comprar o equipamento que nos permitia atender os nossos clientes a tempo e com qualidade. Foi quando conhecemos a Inovacred”, afirmou o ciclista profissional que já participou de três olimpíadas e, após parar de competir, abriu a empresa.

Em poucos meses a capacidade de produção mensal saltou de 2 mil para até 12 mil peças. O número de empregados diretos foi de sete para 20, e as costureiras que prestam serviços para a empresa mais que triplicaram. Eram oito e agora são 30.

“Tudo foi muito rápido, da decisão até a compra do equipamento com o empréstimo. Não foram mais de dois meses. Além de aumentarmos nossa capacidade de produção de duas mil para até 12 mil peças por mês, o valor das parcelas do financiamento é menor que o custo médio mensal que pagávamos pelo corte dos tecidos. Além disso, conseguimos ter um maior controle sobre a qualidade final do nosso produto”, disse May.

Fonte: Exame