Simplás comemora 30 anos de olho nas tendências do futuro

Simplás comemora 30 anos de olho nas tendências do futuro

Entidade que nasceu para integrar industriais do setor projeta avanço em ações de sustentabilidade econômica e ambiental
O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) completa neste sábado (24) três décadas de atuação. De origem regional, a entidade evoluiu para uma das mais representativas do país nas articulações do setor e da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). Em solenidade na noite de sexta-feira (23), além da celebração do aniversário, também ocorreu a solenidade de apresentação da diretoria para o triênio 2019-2022 e outorga do Mérito Plástico Pietro Zanella – a principal honraria conferida pelo sindicato. Os homenageados desta edição são os empresários Leocádio Nonemacher (Sulbras Moldes e Plásticos) e Lourenço Stangherlin (Anodilar Indústria de Utilidades Domésticas).
Diretor da Natiplast Tecnologia em Polímeros, Gelson de Oliveira, 66 anos, torna-se o quinto presidente na história do Simplás. As vice-presidências ficam com o diretor da Lineform, Eugênio Misturini, 44 anos, e o diretor da Plasmosul, Orlando Marin, 61 anos, que já comandou a entidade por três gestões anteriormente (2004-2013). A nominata executiva se completa com Leocádio Nonemacher (Sulbras – 1º secretário), Paulo Francisco Weber (Pisani – 2º secretário), Mateus Bertolini Sonda (Plasmosul – 1º tesoureiro) e Jones Pellini (Kaballa – 2º tesoureiro).
Após duas gestões consecutivas à frente do sindicato (2013-2019), o diretor da Plásticos Itália, Jaime Lorandi, 59 anos, segue como diretor e passa a integrar o Conselho Fiscal. Também presidiram o Simplás nestes 30 anos os empresários João Francisco Muller (1995-2004), e Sérgio Ítalo Webber (1989-1995), que foi o primeiro.
“Cada presidente tem as suas ideias, as suas características e é justamente daí que o sindicato tira a sua força. Um novo presidente, quando assume, traz o seu jeito de liderar e assim traz novas contribuições para a entidade e o setor como um todo. É desta forma que pretendemos trabalhar: pensando sempre no benefício e na melhoria do nosso associado, porque todos fazemos parte deste grupo”, afirma Oliveira.

Missões, feiras, qualificação técnica e sustentabilidade
Ao longo de três décadas de atuação, o Simplás firmou identidade própria em pelo menos quatro grandes vetores de desenvolvimento, além da própria representação em pleitos e negociações setoriais: missões, feiras, qualificação técnica e sustentabilidade.
Na fundação da entidade, em 1989, a região já reunia muitas empresas de plásticos que buscavam uma representação própria e integração dos industriais do setor. A comissão para constituição do sindicato foi composta por mais de 20 indústrias plásticas. Desde a inauguração, a sede ficou na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). Já nas primeiras ações promovidas pelo Simplás estava a intenção de contribuir como órgão técnico e consultivo para o desenvolvimento do setor, indo além da representar as empresas na celebração de convenções ou acordos coletivos de trabalho e prestar orientações jurídicas. A promoção de palestras, seminários, cursos e participações em feiras já estava no DNA desde o final da década de 80.
O passo evolutivo natural foi a formação – que se tornou uma prática recorrente, com o tempo – das missões técnicas para os grandes eventos nacionais e internacionais do setor. Destacaram-se, no exterior, as participações em feiras na Argentina, na Itália, na China e, fundamentalmente, no grande referencial mundial do setor, a Feira K, em Dusseldörf, na Alemanha (que já tem missão do Simplás confirmada para outubro de 2019).
De frequentador a realizador de feiras: o Simplás avançou para a organização de uma das mais importantes exposições setoriais do país assinada por um sindicato industrial. Em cinco edições, de 2007 a 2015, a Plastech Brasil atraiu para Caxias do Sul (RS) e o polo plástico da Serra Gaúcha mais de mil expositores, quase 100 mil visitantes e, apenas nas duas últimas edições, movimentou mais de R$ 320 milhões em geração de negócios.
Nestes 30 anos, o Simplás também exerceu papel decisivo em um dos temas considerados mais sensíveis em praticamente todas as manifestações de associados: a qualificação da mão de obra. Graças a atuação do sindicato, o eixo transformador local passou a contar com uma série de alternativas de aprimoramento técnico, como a criação do curso de Tecnologia em Polímeros da Universidade de Caxias do Sul (UCS), da Escola Senai do Plástico e do curso técnico em Plásticos do Instituto Técnico Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Além das capacitações desenvolvidas e oferecidas pela própria entidade, como os cursos de Gestão na Prática e Liderança, em parceria com a Uniftec.
Assunto que adquiriu contornos de modismo entre alguns grupos em tempos recentes, a sustentabilidade já é realidade concreta na vida do Simplás desde os anos 1990. Na época, já surgiram debates e ações de promoção da reciclagem e as primeiras parcerias com entidades referenciais no descarte correto, como a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca). Na década seguinte, a grande feira organizada pelo sindicato trouxe demonstração de economia circular na prática com o projeto Recicla Plastech Brasil, que começou a incluir a doação de milhares de bancos e lixeiras confeccionados com plástico reciclado, coletado no próprio evento, para escolas públicas.

Transformação para o futuro
Um novo paradigma foi estabelecido com o surgimento do projeto Plástico do Bem. Iniciativa que alia Educação Ambiental com inclusão social, em parceria didática com o instituto sócio-ambiental Plastivida e o Instituto Brasileiro do PVC, promovendo a capacitação de professores, alunos e alunas de escolas públicas municipais para a coleta, seleção, limpeza e destinação correta de artefatos plásticos pós-consumo. O material é posteriormente comercializado pelas escolas com a empresa Reciclados em Cristo, que remunera imediatamente as instituições de acordo com o volume recolhido.
O Plástico do Bem começou a ser implantado na rede pública municipal de Farroupilha (RS), em 2018, e avançou para Caxias do Sul (RS) em abril de 2019. Recentemente, ganhou expansão para o município de Flores da Cunha (RS) – assim como os anteriores, integrante da área de representação do Simplás. Até 31 de julho deste ano, considerando-se apenas os dois primeiros municípios beneficiados, o Plástico do Bem já encaminhou para a reciclagem mais de 30 toneladas de plástico limpo. E rendeu às escolas públicas quase R$ 30 mil. Já são, entre Farroupilha e Caxias do Sul, 78 escolas, 3.099 professores e 31.741 estudantes alcançados com as capacitações.
“É o grande diferencial do projeto, porque aponta para o futuro. Não se trata apenas de uma campanha de arrecadação. É mais do que isso. É uma mudança de comportamento e uma promoção de novos hábitos que serão adotados e cobrados de toda sociedade por estas crianças e jovens que estão hoje tendo contato com o produto e recebendo conhecimento”, observa o presidente do Simplás, Gelson de Oliveira.
Dos cerca de 60 associados do início dos trabalhos, o hoje o Simplás representa mais de 400 empresas de transformação que geram cerca de 9,5 mil empregos diretos em oito municípios (Caxias do Sul, Coronel Pilar, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Nova Pádua, São Marcos e Vale Real), com estimativa de faturamento anual superior a R$ 3 bilhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), pelo número de empresas instaladas, a região concentra o segundo maior polo de transformação de material plástico do país. E figura entre as cinco maiores geradoras de empregos do setor no Brasil. Em 2019, o Simplás completa 30 anos de fundação.

Fonte: Gabriel de Aguiar Izidoro – Jornalista MTE